Mirandela em Dezembro de 1909. O rio Tua iria atingir uma cota assustadora, galgando margens e derrubando a então única ponte.
Após muita pesquisa bibliográfica concordo plenamente com quem afirma que a data de construção da antiquíssima ponte é muito difícil de determinar, mas será dois séculos depois das muralhas mandadas construir por D. Dinis, ou seja, em fins do século XV ou inícios do século XVI; em 1514 andava em construção e, pelo menos, em 1536 estava concluída; Ernesto de Sales discorda da opinião de Cunha Leal que afirmou que o imperador romano Trajano mandou construir a ponte de Mirandela, alegando que D. Dinis nunca se referiu a ela e que em Mirandela nunca passou qualquer via romana militar, entre outros argumentos.
Na cheia de 23 de Dezembro de 1909, a força das águas derrubou a ponte num lanço que abrangia o 4º, o 5º, o 6º e o 7º arcos a contar da margem direita. Na revista a «Illustração Transmontana» (nº 1 do ano de 1910) foram publicadas cinco fotogravuras do evento. A comunicação entre as duas margens passou a ser efectuada com um cestos de vaivém, o que custou a vida a duas pessoas de Golfeiras posteriormente construiu-se um tabuleiro provisório de madeira. A reconstrução dos arcos da ponte foi adjudicada a Manuel Domingues.
A ponte em 1886, tinha 20 arcos bem visíveis mas, segundo Pinho Leal, chegou a ter 22 arcos; de 1866 a Dezembro de 1909 tinha somente 19 arcos porque o 20º, do lado da vila, estava soterrado; em 1910 foram construídos 2 arcos para substituir os 4 arcos que foram destruídos na cheia de 23 de Dezembro; mediam originalmente 267,30 m, segundo o Padre Eusébio Esteves Dias e antes da cheia de 1909 media 228,5 metros; a largura média do leito da ponte antes das obras de modificação de 1876-1878 variava entre 4,8 metros e 5,3 metros; os arcos estão repletos de siglas que ajudavam o trabalho dos pedreiros.
Bibliografia:
-CMM
-BMP